Trotamundos mochileiro: o planejamento

Como comentei no meu último post Trotamundos mochileiro: o que e mochilar?, acho que um mochileiro deva planejar sua viagem e ter dinheiro suficiente para completá-la. Honestamente, acho ridículos os mochileiros que, no meio da sua viagem, se sentam em algum lugar com uma plaquinha “me ajude a financiar minha viagem ao redor do mundo”. Quêeeeeeee?

Por favor, não seja esse tipo de pessoa e se planeje antes de pegar um avião e ir ao outro lado do mundo. Parece obvio, mas, infelizmente, há infelizes pessoas que fazem isso – e são chamados de beg-packers, uma combinação das palavras em inglês beg, que é mendigar, e backpackers, que significa mochileiros. Dois dos artigos que li, ambos em espanhol, podem ser encontrados nos links aqui e aqui. Em português, os chamaria de mendileiros ou mochidigos.

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O dia de Reis: dos presentes ao roscón

O Dia de Reis na Espanha é quase tão importante quanto o Natal para quase todo o resto do mundo ocidental – para não generalizar. Embora o “bom velhinho” esteja ganhando mais e mais espaço no coração das crianças, aqui, o esperado desde sempre é que o presente seja entregue pelos Três Reis Magos: Belchior, Baltasar e Gaspar.

Acho que faz sentido e é uma ilusão bem bonita. Os Reis Magos chegam a cada cidade e povoado espanhol no dia 5 de janeiro em um desfile ao que assistem todas as crianças. O tamanho do desfile dependerá do orçamento da prefeitura de cada município, mas sempre haverá Belchior, Baltasar e Gaspar assim como também seus ajudantes, que jogarão doces de seus carros alegóricos para as crianças. Esse desfile se chama Cabalgata de los Reyes.

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Feliz 2018 – as resoluções de um ano novo

Quando dá a meia-noite no dia 31 de dezembro de cada ano, parece que tudo se renova. Como se fosse mágica, as pessoas seguem seus rituais, quaisquer que sejam, abraçam aqueles que amam, se beijam e desejam “Feliz Ano Novo”! Parece que o Ano Novo traz um novo fôlego para a nossa rotina diária nos dá a permissão para voltar a sonhar e a ter esperanças.

Independente de como foi o ano anterior, sempre temos a esperança de que o ano que chega será melhor. E, assim como se renovam os nossos sonhos, fazemos resoluções e planos. Muitas vezes, nos esquecemos de agradecer e muitas outras vezes mais nos esquecemos que somos os maiores responsáveis por fazer do novo ano, um ano melhor, por realizar nossos sonhos, cumprir nossas resoluções e concretizar nossos planos.

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Trotamundos mochileiro: o que é mochilar?

Wikipedia define backpacking – o termo em inglês para mochilar – como uma forma de viagem, de baixo custo e independente (de agências de viagem).

Qualquer um pode mochilar. A primeira viagem independente que fiz sozinha, pagando com o meu suado dinheiro, foi para a Europa em 2005. Pesquisei preços de seguros de viagem e passagens aéreas – SPO-BCN-SPO, BCN/Paris, Paris/Stuttgart, Stuttgart/BCN – e busquei hostels/albergues em Paris, a única cidade onde não teria hospedagem. Com euros no bolso suficientes para que pudesse me divertir e conhecer lugares, parti para minha primeira grande aventura pelo mundo.

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21 de dezembro de 2017 – o dia mais curto do ano

Hoje é o dia mais curto do ano. Em Madrid, o sol nasceu às 8:34h e se pôs às 17:48h, embora tenha amanhecido às 8:03h e anoitecido às 18:22h. O dia durou exatos 9h17m06s segundo o site vercalendario.info, sendo o dia mais curto do ano.

Igualmente, faltam 10 dias para que 2017 diga adeus e em poucos dias – 4, para ser exata – a maior parte de nós estaremos sentados ao redor de uma mesa com nossas famílias, as de sangue, as políticas ou as que adotamos no caminho da vida. Para mim, esse é um momento de pensar e refletir sobre o ano que passou.

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A louca dos gatos

As ironias da vida são engraçadas. Eu sempre critiquei as mulheres que só falavam de seus filhos e as chamava de mães-fraldas. Não aguentava quem só falava de leite, fórmulas, fraldas e mamadeiras. De certo modo, mordi a língua e virei a louca dos gatos.

No começo do ano, pensei em adotar gatos. Eu gosto tanto de gatos como gosto de cachorros, mas os gatos sempre me pareceram muito mais independentes. Queria dois de uma vez e quando conversei com meus amigos gateiros, eles me aconselharam a fazer isso mesmo: dois gatos, de certa forma, dão menos trabalho que um porque um brincará com o outro e ambos se farão companhia. Além disso, poderíamos viajar por alguns dias se deixássemos muita comida, água e dois ou três caixas de areia pela casa.

O Jorge queria um. Eu o convenci a pegar dois. Adotamos três.

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Por Madrid… #Gratidão

Há meses não escrevo um texto meu. Acho que acontece. A vida acontece e há coisas que não podem parar. A vida toma conta e, muitas vezes, as coisas que gostamos são deixadas para depois. Acontece.

No final de 2016, estava cansada do meu antigo trabalho. Para ser honesta, não estava tão cansada do trabalho porque recém havia mudado de departamento e trabalhava com a melhor chefa que tive na vida, Sonia Serrano. O fato é que estava ganhando pouco e a empresa que estava parecia muito engessada para que pudesse crescer ou ganhar melhor em menos tempo.

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RENT 

Há muito mais de 20 anos, Jonathan Larson escrevia RENT enquanto trabalhava como garçom em NYC para pagar suas contas. Não sei se ele tinha idéia do sucesso que o musical teria, mas espero que ele tenha visto, do céu, quando foi premiado com o Tony Awards, o Oscar do teatro: ele faleceu um dia antes que o musical estreasse na Broadway.

Em 1999 (obrigada por me lembrarem de quanto tempo passou e de quão velha estou, Giu e Dê! 😂), RENT estreou no Teatro Ópera, em São Paulo. Acho que foi o primeiro musical da Broadway que estreou no Brasil, com elenco brasileiro e canções em português.

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21 de dezembro de 2016

Sempre ouço/leio as pessoas dizerem que certo ano foi o mais duro, o mais difícil, o mais cheio de surpresas e que ele tem que acabar. Acho que a memória prega peças e limpa o passado porque, olhando em retrospectiva, todos os anos me parecem montanhas-russas, com altos e baixos, emoções e alguns momentos em que fechamos os olhos só para curtir o vento batendo na nossa cara. Em todos os anos, famosos se casam, têm filhos, se separam (Fátima Bernardes/William Bonner e Brangelina não foram os primeiros casais que se separam na história da humanidade) ou morrem. Há escândalos políticos e algum acidente, maior ou menor, acontece. Mas também há nascimentos, reencontros acontecem e há momentos em que suspiramos pela lua linda do céu. Porque os anos compõe a vida e essa é feita de momentos bons e outros não tão bons assim.

Aproveitando o gancho, faço minha retrospectiva pessoal, hoje, no solstício de inverno. Exceto por 2010, o ano que guardarei na memória como aquele no que tudo deu certo, e 2013, que recordarei como o ano que me tornei uma mulher-Almodovar – à beira de um ataque de nervos – e quase me perdi no buraco do coelho da Alice para todo sempre, todos os anos têm seus altos e baixos, com alguns tropeços, eventuais (e rápidas) visitas ao buraco do coelho e vários pontos altos nos que acho que a vida não poderia ser melhor. E 2016 não foi muito diferente.

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Minha vida em Madrid: de volta aos estudos!

Há tanto que não escrevo para o Trotamundos que acabei por acumular muitas histórias, algumas viagens e situações de vida. Quem acompanha esse meu diário de bordo sabe que diversas vezes um forte desespero me abate e eu caio no buraco do coelho de Alice, perseguindo um peludo branco que carrega um relógio e está sempre atrasado. Esses momentos não são legais no sentido de “divertidos”, mas são ocasionais e têm duração determinada. Muitas vezes são, inclusive, necessários – só não posso me permitir ficar lá para sempre; levantar-se é preciso. Sacudir a poeira e seguir em frente também, afinal, a vida segue e não há retornos nesse caminho.

Mais de um ano se passou desde que eu cheguei a Madrid. No último outubro, comecei um mestrado em Finanças e Contabilidade, algo que ocupou minhas tardes de sexta e manhãs de sábado. Outubro, por sinal, foi um bom mês: havia recém saído de uma das minhas crises de buraco do coelho e havia recém mudado para um apartamento que chamaria de meu. Amo minha sogra, mas morar com ela não dá simplesmente porque conviver é duro. O problema de se começar um mestrado era que, obviamente, meu fim de semana ficaria reduzido a um dia. Só um dia para acordar sem despertador. Parecia desalentador, mas meus colegas de classe são ótimos e as aulas, dinâmicas, fatores que ajudaram a minha adaptação em acordar cedo nos sábados: ainda não gosto de acordar com despertador 6/7 dias da semana – acho que nunca vou, de fato, “gostar” -, mas não é tão ruim.

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